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Foto do escritorPaulo Bornhausen

10 anos de Juro Zero


Em novembro, o Programa Juro Zero comemora 10 anos de implantação em Santa Catarina. Até hoje, o programa ofereceu quase R$ 400 milhões em crédito para os microempreendedores individuais (MEIs), em mais de 120 mil operações realizadas. São números superlativos de uma iniciativa que, sem dúvida alguma, fortaleceu as bases da economia catarinense. Coordenei a equipe que tirou a ideia do papel, quando estive à frente da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável. Conseguimos implantar o projeto, ainda em 2011, poucos meses depois do início da gestão, e disponibilizar, para os empreendedores de Santa Catarina, em parceria com o Sebrae/SC, o Badesc e as associações de microcrédito. Uma década depois, o sucesso do programa é inquestionável.


Um dos principais objetivos era aumentar a formalização na economia. Em 2011, Santa Catarina tinha 50 mil MEIs formalizados. Hoje, esse número ultrapassa 550 mil! Mais de 50% das empresas formalizadas, no Estado, correspondem a microempreendedores individuais. Inicialmente, o Juro Zero oferecia uma linha de crédito de até R$ 3 mil (hoje são R$ 5 mil) para MEIs formalizados. Se as sete primeiras parcelas fossem pagas em dia, a oitava, referente aos juros da operação, era bancada pelo Estado. Porém, para ter acesso ao crédito, é preciso estar formalizado. Esse critério possibilitou que tirássemos milhares de negócios da informalidade.


As linhas de crédito eram avaliadas e concedidas pelas instituições vinculadas à Associação das Organizações de Microcrédito de Santa Catarina (Amcred/SC), a exemplo do Bancri, na região da Foz do Itajaí. Hoje, também conta com a parceria do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob). Os recursos para o pagamento dos juros são operacionalizados pelo Badesc. A participação das agências de microcrédito foi o que possibilitou que o Juro Zero tivesse capilaridade e chegasse a todos os municípios catarinenses. Eram agências que já trabalhavam com esse público, conheciam os seus desafios e suas necessidades. Isso se tornou um grande trunfo do programa.


Nos seus primeiros anos, o Juro Zero contou com outro parceiro de peso: o Sebrae/SC. A parceria fomentou novos negócios e ajudou aqueles que se viram obrigados a empreender, mesmo não possuindo espírito empresarial ou conhecimentos em gestão de negócios. Ao realizar uma operação de crédito pelo Juro Zero, o empreendedor tinha acesso gratuito ao acompanhamento pelos agentes de desenvolvimento e inovação do Sebrae/SC. Mais de 25 mil microempreendedores individuais receberam orientações sobre melhorias dos seus negócios nos quatro primeiros anos do programa. A parceria com o Sebrae/SC era um dos grandes diferenciais do Juro Zero.


Nesses 10 anos, o Brasil passou por uma profunda recessão e uma grave crise sanitária, que ceifou milhões de postos de trabalho, e adiou os sonhos dos brasileiros. Santa Catarina não esteve imune, mas estas crises atingiram o nosso estado com menor intensidade do que em outras partes do país. Já estávamos mais preparados e com as bases da economia mais sólidas. Muito disso se deve ao sucesso do Juro Zero, que se tornou um modelo nacional de desenvolvimento sustentável, economia solidária e inclusão social por meio do microcrédito e de empreendedorismo.

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